sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Há muito tempo atrás fazia tempestades em copo d´água. Uma espécie de uso de força excessiva para resolver alguns problemas, com medo de que eles se repetissem. Minhas tempestades sempre foram fortes demais, e cresciam e cresciam a ponto de ultrapassar a proporção do copo inundando um ambiente inteiro, capaz de destruir tudo a minha volta. Desde então tomei um comportamento solitário... Assim ninguém saia machucado, e se por algum motivo a tempestade se aproximasse me trancava num lugar ou ia para floresta sozinho. Era uma fuga... Nessa fuga poderia questionar meus defeitos, separar minha parcela de culpa e aprender com ela, esfriar os ânimos para não atropelar as coisas.

Por esses dias me defrontei mais uma vez contra essa essência. Algo estava bastante errado e parecia ter apenas uma saída. Não reagi à tempestade, ao contrário do que todos aguardavam, apenas vislumbrei a calmaria. Não aquela espécie de calmaria independente como a de uma ilha deserta e virgem, mas sim aquela derivada. Como a de um jardim que é plantado, podado e cultivado... Derivada de seu esforço e suor. Estava difícil conter o mal tempo, em meus ouvidos apenas os ecos dos trovões devido ao costume, mas minhas mãos continuavam ocupadas em ajeitar cada flor, cortar seus espinhos, oferecer-lhe água... calor, podando-lhe carinhosamente cada erva daninha. Agi contrariamente a toda forma que me acostumei a agir, talvez por causa dessa falta de estrutura tenha sido mais difícil ainda. Mas passou...

Descobri o porque é tão difícil aprender certas coisas...
Mesmo com a mudança de nossa conduta frente aos problemas, muitas vezes tudo passa sem ao menos você conseguir colher o fruto por certos sacrifícios.

Dessa vez tive sorte... eu acho.

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