sexta-feira, 29 de novembro de 2002

Um dia escrevi...
"
[Dia de merda]

24 horas de fracassos, três corações, lágrimas invisíveis. Dormi mal devido ao maldito calor que não deixa meu corpo esfriar. Ele foi apenas mais um dos vilões da noite. Sonhos... devem ter sido horríveis pois acordei no susto olhando fixamente para o teto com meus braços arqueadas na frente do meu rosto. [Seria alguém tentando tirar minha máscara?]

Passos? Mas não consigo ver nada.

[Forbidden flesh for me to eat]

Estou sentindo a presença de espíritos, e por diversas vezes escutei vozes. Mas não entendo nada. Loucura?! Bem que poderia ser... assim poderia fugir de minhas responsabilidades, cometer atrocidades, deixar meus instintos primordiais falarem por mim. A verdade é que do jeito que estou agora não iria muito longe... com certeza acabaria deitado na casa de cachorro.

Estou andando me arrastando... whatever! E continuo andando...

[Hey! Try walking in my shoes]
"

E quem disse que bêbado não escreve...?

quinta-feira, 28 de novembro de 2002


Revirando a história em busca de um pretérito imperfeito encontrei as palavras que não soube entender no seu tempo.
Ah, a época da inocência, onde a dúvida era rapidamente abafada pela ignorância da vida.
Hoje, a mente corrupta planta dúvidas a cada hora e a areia da ampulheta é tão somente o escoar da sanidade e da esperança.

Será que essas palavras ainda ecoam no congelar do tempo. Será que elas ainda gritam num peito escarnecido, que não o meu?

A Maior Tortura - Florbela Espanca
(A um grande poeta de Portugal )

Na vida, para mim, não há deleite.
Ando a chorar convulsa noite e dia...
E não tenho uma sombra fugidia
Onde poise a cabeça, onde me deite!

E nem flor de lilás tenho que enfeite
A minha atroz, imensa nostalgia!...
A minha pobre Mãe tão branca e fria
Deu-me a beber a Mágoa no seu leite!

Poeta, eu sou um cardo desprezado,
A urze que se pisa sob os pés.
Sou, como tu, um riso desgraçado!

Mas a minha tortura inda é maior:
Não ser poeta assim como tu és
Para gritar num verso a minha Dor!

terça-feira, 26 de novembro de 2002

Escute a canção... sem pressa. Instinto de curiosidade? Pecado? Sinta a pulsação entre suas mãos. Uma chama consumindo um corpo de dentro para fora. Eroticamente inflamável. Precisando de estímulos anjo de luz? Até os melhores ajoelham perante a facilidade. Apenas um clique. Poderia ser qualquer coisa. De uma maldita devassidão até uma brincadeira sem graça.. Ande... Só existe uma forma de descobrir.
Grato pela recepção.
Junto-me a vós para repatir convosco o silêncio de meus olhos secos, pois lagrimas não verto há muito.

Muitos amaríssimos cálices tenho bebido, e creio que o seu travor conderará meus lábios a eterna penúria.

Resta-me apenas beber a vida alheia, substituindo os prazeres oníricos pela realidade ignobil e fictícia.

Mais uma vez, grato pela recepção.

segunda-feira, 25 de novembro de 2002

Mais um maldito para nosso bando...
Mais uma besta sem nome...
Mais um ser cheio de fracassos e não reconhecidas glórias...
Mais uma face em branco na multidão encolhida na sombra destas.

A porta está aberta para ti Tristan. Aqui encontrará olhos atentos. Não repare nos corpos e na sujeira...

Não lhe faremos mal...

Puxe uma cadeira e nos conte algo.

domingo, 24 de novembro de 2002

Já sentiram cheiro de terra molhada? Com certeza já sentiram... provavelmente por água. Dessa vez estava molhada por lágrimas. Lágrimas de pena por um anjo caído. Um anjo que já fora da perfeição e compaixão, guiado pela beleza e lapidação da alma. Anjos choram na arena da guerra. Hoje esse guerreiro rasteja, golpeando e aniquilando seus inimigos com o reflexo de seu coração, agora contorcido pelo fogo da fúria. O fogo de São Miguel está preparado para queimar qualquer castelo que levante um muro para si. Escutem meu escárnio, pois se antes era espírito sereno agora sou um besta do poço. Queriam me ver destruído?! Estou me auto-destruindo, e usarei dessa força para aniquilar todos...

quinta-feira, 21 de novembro de 2002

Every time you put this mask on your face... A little piece of your soul dies away...

The figure in the mirror's not me
A different reality
It's just a picture that you see
From my true self, I do flee

What I feel and what I see
I do through eyes of an enemy
Forced by powers pushing me
Resulting in fear and misery

I change myself to fit the needs....
During this Mutation my heart bleeds
Trying to adjust to Society
Not anymore I want to be free
Only a few could break the shell
Surrounding my soul's polluted well
Drink from it and you will see
All the pain that rests in me

It's like Pandora's box
With a number of haunted locks
The one who sees deep inside
knows all the feelings I do hide

Once you took a look inside of me
You decide between joy and misery
If you abuse the things you know

Figure in the Mirror - L'ame Imortelle

segunda-feira, 18 de novembro de 2002

Forsaken [VNV Nation]

When I have nothing left to feel.
When I have nothing left to say
I'll just let this slip away.

I feel these engines power down.
I feel this heart begin to bleed
as I turn this burning page.

Please forgive me if I bleed.
Please forgive me if I breathe.
I have words I need to say.
Oh so very much to say.

And whose life do I lead?
And whose blood do I bleed?
Whose air do I breathe?
With whose skin now do I feel?

I'm supposed to walk away from here.
I'm supposed to walk away from here.

And whose life do I lead?
Whose blood do I bleed?
Whose air do I now breathe?
I'm convinced there's nothing more.

The day you died I lost my way.
The day you died I lost my mind.

What am I supposed to do?
Is there something more?

The engines power down.
Like a soldier to his end I go.
Because I'm convinced
that there is nothing more.

and whose life do I lead
and whose air do I breathe?
With whose skin and whose blood do I feel?

What happens now?
Have I done something wrong?

Forgive my need to bleed right now.
Please forgive my need to breathe
But I've so much to say
and it wouldn't matter anyway.
You're not here to hear these words that I must say
and I'm convinced inside
that there is nothing more.

Whose life do I lead?
Whose air do I breathe.
Whose blood do I now bleed?
With whose skin now do I feel?

I have nothing left to say.
I have nothing left to feel.
Am I supposed to let this go now,
let darkness come and take you away?

quinta-feira, 14 de novembro de 2002

Vou beber sangue até me engasgar... Darei uma gargalhada gargarejada que será levada pelos quatro ventos. Serei odiado por isso tenho certeza. E estou gostando disso! Tente imaginar a gargalhada de um poltrão... ela vem das profundezas do poço da humilhação. Doída e contorcida como uma espiral negra. Colocarei meu pé em cima da carcaça daqueles que dilacerarei com minhas presas e garras, e vomitarei suas vísceras. Fogo? Adoro queimar por dentro mas agora posso queimar a minha volta. Meus inimigos estão voltando... e não precisarei mais saciar minha fome com meu próprio sangue. Terei o deles outra vez... mal sabem eles como me fazem bem. Sejam bem vindos desgraçados... crias de Cain. Irão provar da derrota e da humilhação... não a mesma que me submeteram, mas uma bem pior.

sexta-feira, 8 de novembro de 2002

Terra Terra Terra! Sou Terra! Ninguém obedeço, só a minha alma... o meu criador. Domíno o corpo do homem pois sou parte dele. Sou a estabilidade e sua força. Minha fúria é o terremoto! Todos que me procuram para em mim construir sua casa se abalam nesse momento. Encorpado, forte... fixo. Parede, Pilares, Chão, Montanhas... Não há nada que não tema meu movimento, mas assim acerto a superfície. Semeie algo em meu peito e saberá o que é perpetuar a vida. Sou verdadeiro, minha forma é aquilo que todos vêem. Não me escondo... sou o que sou. Imponente como uma montanha, forte como uma rocha. Nada pode ser mais prestativo. A gruta é minha compaixão. Meu cume meu desafio. Minha floresta, minha casa. Minha sabedoria transcende pois aqui já vi muita coisa acontecer. A historia se fez em cima de mim. Por isso sei manejar o tempo. Se rogar meu nome lembre-se: Realismo. Denso, Pesado, Prático.

Escute... concentre-se. Coloque seu ouvido no chão. Uma manada de bois? Não... O eco de um terremoto?